terça-feira, 24 de novembro de 2015

Mergulho...








Cinco da manhã,
não sei exatamente em que estratosfera me encontro...
nas profundezas da minha mente...
o despertador toca...
( musiquinha moderna do celular)
mais cinco minutos...
um pouco mais...
Hoje não, nada mais...
e saio das profundezas do meu inconsciente para o mundo real,
Um ventinho gostoso...
uma bela vista para o mar,
yogurte e um pouco de café agitam a mente.
Hoje é dia de dar um mergulho,
abro o portão e vou ate a praia…
Para a minha surpresa a cachorra do condomínio me segue,
"volta Bela, volta"
mas ela sacode o corpo todo e me olha com cara de "eu imploro",
"volta... volta..."
…saio e ela me segue...
fazendo redemoinhos com o corpo.
Chegando na praia...
o som de espuma das ondas é maravilhoso ...
mergulho e a Bela vai também,
ela sabe nadar...
ahh…figura...
Nem vi a hora e já estava dentro do carro,
escutando Rolling Stones...
indo para o trabalho

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Cedinho...





Cinco da manhã,
não sei exatamente em que estratosfera me encontro...
nas profundezas da minha mente...
o despertador toca...
grgrgrgrgrgr
mais cinco minutos...
um pouco mais...
Hoje não, nada mais...
e saio das profundezas do meu inconsciente para o mundo real,
Um ventinho gostoso...
uma bela vista para o mar,
yogurte e um pouco de café agitam a mente.
Hoje é dia de dar um mergulho,
abro o portão e vou ate a praia…
Para a minha surpresa a cachorra do condomínio me segue,
"volta Bela, volta"
mas ela sacode o corpo todo e me olha com cara de "eu imploro",
"volta... volta..."
…saio e ela me segue...
fazendo redemoinhos com o corpo.
Chegando na praia...
o som de espuma das ondas é maravilhoso ...
mergulho e a Bela vai também,
ela sabe nadar...
ahh…figura...
Nem vi a hora e já estava dentro do carro,
escutando Rolling Stones...
indo para o trabalho.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

FM certa ... na hora certa



Novembro de 1973 em um bar nas ruas frias de Porto Alegre um homem solitário chama muito pouco a atenção, este se diverte olhando a vida alheia, a gritaria das crianças, as senhoras conversando, os garotos jogando futebol... Acende um cigarro atrás do outro e desfruta de um bom sanduiche com refresco e café. As vezes o ventinho frio corre pelas mesas, é uma delicia para quem está bem agasalhado. Trata-se de um homem inteligente, observador, sua grande diversão é observar o mundo e as pessoas. Paga a conta, dá uma volta ao redor da lagoa e vai embora no seu Corcel branco. O carro tem seus traços característicos, cheira puro cigarro. Vai dirigindo o carro bem devagar, não tem pressa alguma para chegar ao seu apartamento, nesse dia escolhe até um caminho mais longo e liga o rádio. Está baixinho, escuta-se apenas aquele chiado, música corriqueira de pouca qualidade, seguida de comentários sem muita importância. Do nada ele conecta em outra rádio e percebe uma melhor qualidade no som, aí se diverte um pouco com a música. Na entrada de casa, decide ficar mais um pouco, pois a rua está fria e sente um pouco de preguiça de descer do carro. Então uma sintonia um pouco familiar começa a tocar, ele conhece aquele som de algum lugar... trata-se de uma música de sua infância, dos tempos em que ia passar férias na casa de campo de sua Avó, todos dançavam, brincavam e pulavam, é puro instrumental, não há letras... apenas sintonia. As lembranças e as imagens de seus pais, irmãos, primos e avós, todos de mãos dadas sorrindo e cantando lhe invade o coração. O extasy se torna tão grande que ele não pode mais controlar, as lagrimas escorrem pelo seu rosto naturalmente. A música acaba, enxuga as lágrimas e olha para as ruas, o vento continua frio do mesmo jeito. Sorri, pois está feliz. Vai para casa, depois tenta por diversas vezes identificar que música era aquela, mas não consegue. Tentar reproduzir ela: traranam... traranam... mas ninguém se lembra. Sua vida continua, mesmo sem poder escutar a música, agora seu coração é um pouco mais terno. 

Imagem retirada de: http://carros.uol.com.br/album/2014/09/13/encontro-celebra-40-anos-de-passat-no-brasil.htm  em Maio de 2015.

domingo, 3 de maio de 2015

Escrivaninha Sim, Smartphone não...






Outro dia estive notando uma qualidade que eu tenho: a capacidade de me concentrar. Modéstia parte mas é isso mesmo, gosto de me sentar me isolar de tudo e pensar muitas vezes em único problema, seja ele de cálculo, da vida, etc. Isso é muito bom para mim, posso falar de uma experiência positiva que tive na minha criação e que hoje é muito importante. Em primeiro lugar a televisão lá em casa sempre foi regrada, com horários e todo tipo de regras, lembro-me que meu pai não queria que a gente assistisse qualquer porcaria. Em segundo lugar o esporte sempre veio em primeiro lugar, o vídeo game sempre sofreu uma censura muito forte, nenhum de nós criamos gosto por ele. Em terceiro sempre fomos incentivados a gostar de ler. Em quarto e um dos mais importantes, quando eu tinha sete anos de idade meu pai nos deu uma escrivaninha para estudos, era bem legal com porta livros e porta lápis. A mesma foi encomendada em um carpinteiro da cidade. Tenho a lembrança de que meu pai a todo custo queria que ela permanecesse organizada, a gente demora muitos anos para entender, mas ele já estava nos ajudando a ter algo muito importante para a vida: uma boa mesa de estudos ou uma boa mesa de trabalho, um local para que nos sentíssemos a vontade para produzir coisas boas.

Gosto de observar, há muita gente como esse grande poder de concentração, há pessoas com essa dificuldade, só queria dizer que os pais podem dar uma grande contribuição: Não de um smartphone, dê uma escrivaninha de presente. 

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Entre o medo e a coragem



Cheguei no quarto da pousada uma da manhã, um dos lugares mais desertos que vivi, sempre foi tão distante que nunca me causou grandes preocupações. Estacionei o carro e entrei sem medos e imaginações, no local não há vigias, apenas cerca e o muro um muro baixo. Os ventos são fortes, como de costume em regiões serranas, estava tudo escuro, há lâmpadas apenas nos portões, porém, a área da pousada é muito extensa em relação aos pontos iluminados. Entrei, a chave do prédio fica escondida, nada me atordoava. Quando cheguei no quarto tomei uma dose de conhaque e verifiquei as minhas anotações, o dinheiro era bem contado, gostava de planejar meu dia seguinte todos os dias antes de dormir. Não pegava no sono, são raros os momentos em que tenho dificuldade de dormir, escutei um barulho alto no quarto do lado, era meu amigo que tinha ido dormir com o rádio ligado e a luz do quarto acesa, ele assim como eu, era um batalhador em busca de uma vida melhor. Peguei no sono também, e retornei a acordar umas  três horas da manhã, fui beber água na parte de baixo da pousada, nunca tive medo de andar sozinho nos corredores velhos do estabelecimento, mas naquele dia tive algum tipo de medo, algum pressentimento ruim, dessa vez pensei realmente na possibilidade física de alguém entrar no meu quarto naquele momento, cada objeto perdido por ali parecia alguém me olhando, escondido. Desprezei esse sentimento e fui dormir. De certa forma eu estava sempre meio dormido e meio acordado, mas peguei no sono. 

De repente meu amigo do quarto ao lado começa a gritar pelo meu nome e pelo nome da dona pousada:
- Ulisses, Ulisses, Dona Margarida, Dona Margarida...
Eram gritos muito fortes e altos, então ele começou a bater com muita força na porta do meu quarto, e sempre dando continuidade aos gritos. Fiquei espantado e acordei com o coração acelerado, cheguei a pensar que ele estava rendido, que alguém o estava fazendo de refém e queria entrar no meu quarto também, mas verifiquei a porta e percebi que se alguém de fato quisesse entrar, bastaria arrombar a porta:
- Ulisses, alguém entrou no meu quarto a noite e roubou meu pagamento e meu relógio enquanto eu dormia.
Os olhos dele eram de terror. Sua estrutura física forte e esbelta fora desmoronada pela sensação de vulnerabilidade. 
- Ulisses, poderiam ter me matado, você tem noção do que esse bandido poderia ter feito comigo.
Sempre tivemos uma amizade horizontal, percebi que naquele momento eu representava algum símbolo de segurança para ele, pois ele parecia um bebe desesperado, a verdade era essa, um bebe. Tentei acalmá-lo, mais era impossível,desceu até a recepção e  tentou ligar para um tal de Rogê  amigo dele, em plena quatro horas da manhã, estava sem noção. Naquele momento me perguntei o que de tão sagrado para ele havia sido violado. Ficou por momentos carente, procurando ligar para a namorada, irmãs, etc.  Naquele momento tive a impressão que tomou a dona da pousada como sua mãe, Dona Margarida se tornou por um momento a sua mãe, ele não desgrudava dela, e o tempo todo pedia que ela não o deixasse só, fiquei impressionado. 
- Dona Margarida não sai de perto de mim por favor. 
A Policia foi chegando, ele aos poucos foi se acalmando e o dia foi nascendo. As oito da manhã, já era novamente forte e vingativo, prometera a se mesmo se aliar a Policia e pegar o autor do furto...  

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

O Daniel pensando e refletindo sobre o Brasil

Feitos dos últimos anos que nós Brasileiros temos pouco que nos orgulhar:


- Abilio Diniz era um empresário respeitado e renomado com projeção internacional, no inicio de 2010 tentou dar “um jeitinho” Brasileiro, literalmente traindo a confiança de um de seus sócios, o grupo Frances “Casino” tentando uma parceria a escondidas com o grupo Carrefour. Mal sabia ele com quem estava se metendo, o final do desfecho foi que Abilio vendeu o restante de suas ações do Pão de Açucar, sendo que agora o grupo Frances é detentor da maioria das ações do grupo Pão de Açucar. Acreditem, antes da manobra de Abilio resultar no desastre que foi, as revistas de finanças brasileiras o colocaram em um patamar admirável, colocando-o como grande estrategista de negócios. Uma lição no Jeitinho Brasileiro. Desmoralizado no mercado internacional.


- Eike batista: Suas empresas afundaram e está sendo acusado de todo o tipo de trapaças no mercado financeiro.

- Petrobrás: Era em 2010 um dos orgulhos internacionais do Brasil, hoje está na situação em que se encontra, sendo que não existe uma crise internacional do Petróleo que justifique essa situação. Sem essa de que A ou B é culpado, para nós é motivo de pouco orgulho.


- O Brasil em 2014, tentou resolver a copa do mundo sem um projeto, sem um time, sem um planejamento de longo prazo. O que já tinha dado certo algumas vezes, resultou em fracasso, Felipão tentou arrumar o time em um ano e meio. Sendo que os times hoje trabalham de maneira organizada e de longo prazo. Pode parecer só futebol, mas não é. A realidade em que o Brasil trabalha infelizmente é essa, em projetos de curto prazo, a espera de heróis e milagres. Resultou no fiasco dentro de casa. Sete a um contra a Alemanha. 

Acho que não vivemos apenas uma crise política e financeira, estamos tomando consciência aos poucos da nossa falta de identidade, a grande dificuldade de viver como organização. Pois ser feliz, alegre e receptivo é com o brasileiro mesmo, mas viver como nação, organização é um pouco mais complexo. Em todos os países a música descartável tem seu espaço, mas no Brasil ela abafa tudo. Lembro-me na Espanha uma vez na casa de um amigo o pai dele estava assistindo Opera, era um cantor Espanhol, pouco conhecido internacionalmente. Mas o pai do meu colega encheu a boca e disse que aquele cantor era comparável a Pavarotti. Mas o que isso tem haver com corrupção? Tudo. A cultura, a música de qualidade, os bons livros trazem um respeito indireto da “TERRA”, a casa que tem dono... esse orgulho de um cantor de opera que canta as músicas da terra da Espanha, é nada mais um respeito pela terra, pela sua casa. Terra com dono, onde há dono, o cara não entra e faz o que quer, nem eles mesmos. Mal precisa concluir dizendo a dimensão  do Funk, o pagode, o forró de baixa qualidade, etc. Eles cantam sobre nada, vulgarizam tudo e eles que tem espaço, são os caras “aqui entra e aceitamos tudo”. Veja no Youtube em países com Russia, Itália, Austria, a dimensão que tem a orquestra sinfônica, é o orgulho deles. Mas eles também estão em Crise! Sim, há cinquenta anos 60 anos estavam na miséria devido a guerra, se erguem fácil, se organizam mais fácil, ali também há muitos problemas, mas estou no foco na capacidade de se organizar e respeitar a própria terra.
Uma nova geração de vetores positivos vem nascendo em maior número no Brasil, delegados honestos, juízes honestos, procurados, engenheiros, etc... e pessoas de um modo geral, que não tiveram ou optaram por não estudar, que pensam diferente Acho que o nosso caminho é esse, ser um exemplo no dia a dia, conversar e abrir os olhos das pessoas do que devemos ser, que o tal jeitinho Brasileiro não merece espaço. Momentos de crise e dificuldade é a hora da gente mostrar, que podemos, esse é o Brasil, eu acredito nele, justo por acreditar, que mesmo na minha  pequena dimensão eu procuro fazer diferente. 

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Relato de um senhor anti-tecnologicamente avançado






Desculpe-me Jovens de hoje em dia, o que menos quero é me enquadrar como velho casqueta, chato e que não aceita os choques de geração ( nasci em 1942). Mas a minha geração foi mais prestigiada no que concerne a falta de informação, comunicação e tecnologia. A minha primeira namorada e mulher com a qual me casei, a conheci em 1961, eram tempos de mistérios, existia uma sensação gostosa de mundo a fora, era maravilhoso conversar com pessoas experientes para saber um pouquinho mais sobre a vida. Lembro-me como se fosse hoje que um dos nossos primeiros sonhos era ter uma foto em conjunto, a tão sonhada foto de casamento, de noivado era uma vitória dos apaixonados a ser conquistada. Outra curtição super gostosa, era quando o casal tinha uma música a qual se identificava. Finalzinho de tarde a casa da Vovó era bem pertinho, ali ela fazia bolos, pães e um cafezinho bem gostoso... então nos sentávamos na varanda, com muita dificuldade sintonizávamos a rádio principal aí então começava o programa. Os apaixonados ficavam na torcida para que a música fosse tocada, quando ela saia pelo rádio aquele som chiado e ruim, maravilhava o ambiente e aquele momento era espetacular. Um senhor da minha idade deve respeitar todos os avanços tecnológicos que a nova geração criou, mas eu prefiro o mundo misterioso, onde as historias dos mais velhos eram impressionantes. Esse mundo onde de tudo um pouco se sabe, mas no geral de maneira banal e vazia me deixa um pouco confuso.
Relato de um senhor anônimo

Relato coletado por Daniel Vidigal