sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Mulher Nordestina



Ô mulher Nordestina,
Tu tens cheiro de natureza,
Não se trata de roupa curta,
Te falo é dessa vida que tu levas!
Da lagoa que te banhas,
Dessa roupa que tu lavas,
E a cachaça que tu tomas?
O vestido que o vento leva,
Que por sorte tua mão ampara,
Sem falar desse sorriso que tu espalhas,
Aaa...esses teus olhos que devoram,
Teu modo de dançar,
É de arrepiar.
Pobres...felizes...homens,
Que mergulham em teus encantos,
Já dizia minha sábia mãe ,
Com a natureza homem nenhum pode,
Minha nobre nordestina,
És como um tsunami em nossas vidas.
Pobres...felizes...homens,
Até tentamos nos proteger,
Mas esse teu cheiro de natureza,
Sempre nos faz enternecer.
Poema: Daniel Vidigal(http://buscainternapaz.blogspot.com.br/)
Foto:  Emerson Silva Araújo (http://davincigallery.net/art/t-9937)

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Copacabana: Algum espaço de tempo em 1988


Tinha quatro anos e as férias juninas estavam anunciadas, uma vontade imensa de estar na casa da minha Vó materna tomou conta de mim. Não sei se é costume de filhos do meio, mas ali me sentia o dono do trono. Ela preparava uma cama bem gostosa, me levava para todos os lugares e fazia todas as minhas vontades. Após muita insistência meus pais me deixaram passar as férias na casa da Dona Circe, na época com 55 anos. Lembro-me de belos passeios na orla do Rio, ficávamos no Leme, ela adorava ir comigo ver o por do sol e me expor para suas amigas babonas, eu adorava tudo. Algo interessante começou a me chamar atenção, eram homens gigantes e voadores que andavam de patins. Eu adorava me aproximar da ciclovia para vê-los de perto, a velhinha me puxava pelo braço e me dava uma bronca, mas a sensação de estar ali compensava a desobediência, valia a pena tomar um puxão de orelha.  Então comecei a insistir para ela me dar uns patins. Insisti muito, até que um belo dia pegamos o carro e fomos comprar um. Lembro-me até hoje de uns patins de plástico com encaixe para tênis, experimentei-os na loja e já queria sair voando dali mesmo, mas a dona Circe me fez esperar até o dia seguinte. 

Quase não dormi de tanta ansiedade, deixei eles ao lado da minha cama, algumas vezes acordava e verificava que de fato eles eram do tamanho do meu pé. Em fim o dia amanheceu, era domingo, o sol estava lindo. O Rio de Janeiro sempre foi lindo. As ruas em Copacabana eram fechadas para ciclistas, corredores, patinadores, etc. Lembro-me das minhas mãos sendo levadas pelos braços fortes da minha Vó, eu sonhava e observa homens gigantes andando de patins, tinha a sensação de que eram grandes aviões dando rasantes ao meu lado. As ruas estavam cheias, lotadas de famílias, crianças e esportistas. A hora da verdade tinha chegado, com muito cuidado ela me ajudou a colocá-los nos pés. E quando fiquei em pé sozinho pela primeira vez, dei de bunda no chão. Nesse momento as bicicletas se tornaram gigantes, os homens voadores se tornaram inalcançáveis e um grande sentimento de frustração tomou conta de mim. Levantei-me de novo, tornei a cair. As Bicicletas se tornavam mais ameaçadoras. Esse processo se repetiu enumeras vezes, a velinha tentava me ajudar, mas sem sucesso. Uma hora ela perdeu a paciência e queria ir embora.
- Não, lhe respondi.
Continuei tentando até que uma hora consegui ficar em pé, ela queria me segurar, mas eu dispensava as suas mãos, então comecei a patinar sozinho. Empolgando-se com o meu sucesso ela me acompanhava andando para trás, um sentimento de potência inundou meu coração e os olhos verdes da Dona Circe me convidavam a continuar. Apertei bem as minhas mãozinhas, sorria sem parar... Comecei a voar como os homens gigantes, as bicicletas não me assustavam mais. Patinava na mesma velocidade e no mesmo embalo que todos, e a senhora aos 55 anos, conseguia nos acompanhar andando para trás. Queria que aquele momento durasse para sempre. Uma hora ela cansou e disse:
- Vamos embora.
-Não, lhe respondi.
De longe eu avistava um posto, era azul e grande, eu queria chegar lá.
- Me solta, eu dizia.
Ela percebeu que não tinha jeito.
- Estou Voando, afirmei sorrindo e com os olhos brilhando.
Então ela começou a fazer parte do momento. Seus olhos verdes tornaram a me convidar e ela mesma começou a apontar para o posto me incentivando. Batia palmas andando para trás, mesmo assim ela era capaz de acompanhar a mim e a todos os patinadores voadores.  Naqueles olhos verdes existiam o equilíbrio, a coragem que um pai tem que dar ao filho para ganhar o mundo e todo o amor e carinho de uma mãe. Cheguei ao posto. Quando chegamos ao apartamento ela me deu um banho, almoçamos, coloquei o patins novamente ao lado da cama e dormi como um anjo. 

                                    Professora Circe

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Invasão Momentânea
















A música invade,
Depende do momento,
Pode ser esperança,
Realização,
Consolo,
Talvez um sinal,
Uma mensagem,
Está por todas as partes,
Para fazer o bem,
Alcançar o coração,
A alma,
São como fotografias espirituais,
Um belo momento fica escrito,
O sentimento fica marcado,
E sempre pode ser alcançado,
Para sempre.


Daniel Vidigal


Fotografia retirada de: http://docecomoachuva.blogspot.com.br/2010_01_01_archive.html

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Ondas Alvas



A imensidão provoca dúvidas,
Os ventos sopram,
A maré puxa,
Tempestades podem aparecer,
Os braços devem ser fortes,
A jangada desafia,
O sol nasce,
A lua encanta,
A praia chama,
O porto tem luzes,
As ondas batem,
Elas cantam,
Rastros alvos borbulham,
Não é preciso saber nadar,
A Lua, as luzes do Porto...
Assistem  a tudo...

Daniel Vidigal
Fonte da Fotografia: http://laertemagalhaes.blogspot.com.br/