sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Relato de um senhor anti-tecnologicamente avançado






Desculpe-me Jovens de hoje em dia, o que menos quero é me enquadrar como velho casqueta, chato e que não aceita os choques de geração ( nasci em 1942). Mas a minha geração foi mais prestigiada no que concerne a falta de informação, comunicação e tecnologia. A minha primeira namorada e mulher com a qual me casei, a conheci em 1961, eram tempos de mistérios, existia uma sensação gostosa de mundo a fora, era maravilhoso conversar com pessoas experientes para saber um pouquinho mais sobre a vida. Lembro-me como se fosse hoje que um dos nossos primeiros sonhos era ter uma foto em conjunto, a tão sonhada foto de casamento, de noivado era uma vitória dos apaixonados a ser conquistada. Outra curtição super gostosa, era quando o casal tinha uma música a qual se identificava. Finalzinho de tarde a casa da Vovó era bem pertinho, ali ela fazia bolos, pães e um cafezinho bem gostoso... então nos sentávamos na varanda, com muita dificuldade sintonizávamos a rádio principal aí então começava o programa. Os apaixonados ficavam na torcida para que a música fosse tocada, quando ela saia pelo rádio aquele som chiado e ruim, maravilhava o ambiente e aquele momento era espetacular. Um senhor da minha idade deve respeitar todos os avanços tecnológicos que a nova geração criou, mas eu prefiro o mundo misterioso, onde as historias dos mais velhos eram impressionantes. Esse mundo onde de tudo um pouco se sabe, mas no geral de maneira banal e vazia me deixa um pouco confuso.
Relato de um senhor anônimo

Relato coletado por Daniel Vidigal

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