Desculpe-me Jovens de hoje em dia, o que menos quero é me
enquadrar como velho casqueta, chato e que não aceita os choques de geração ( nasci em 1942).
Mas a minha geração foi mais prestigiada no que concerne a falta de informação,
comunicação e tecnologia. A minha primeira namorada e mulher com a qual me
casei, a conheci em 1961, eram tempos de mistérios, existia uma sensação gostosa
de mundo a fora, era maravilhoso conversar com pessoas experientes para saber
um pouquinho mais sobre a vida. Lembro-me como se fosse hoje que um dos nossos
primeiros sonhos era ter uma foto em conjunto, a tão sonhada foto de casamento,
de noivado era uma vitória dos apaixonados a ser conquistada. Outra curtição
super gostosa, era quando o casal tinha uma música a qual se identificava.
Finalzinho de tarde a casa da Vovó era bem pertinho, ali ela fazia bolos, pães
e um cafezinho bem gostoso... então nos sentávamos na varanda, com muita
dificuldade sintonizávamos a rádio principal aí então começava o programa. Os
apaixonados ficavam na torcida para que a música fosse tocada, quando ela saia
pelo rádio aquele som chiado e ruim, maravilhava o ambiente e aquele momento
era espetacular. Um senhor da minha idade deve respeitar todos os avanços tecnológicos
que a nova geração criou, mas eu prefiro o mundo misterioso, onde as historias
dos mais velhos eram impressionantes. Esse mundo onde de tudo um pouco se sabe, mas no geral de maneira banal e vazia me deixa um pouco confuso.
Relato de um senhor anônimo
Relato coletado por Daniel Vidigal
Nenhum comentário:
Postar um comentário