sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Malas de aeroporto e os momentos intransponíveis da vida




Vamos descrever uma cena comum em voo doméstico? O avião acaba de aterrissar, já chegou a cidade de destino, mas ainda precisamos de tempo até que a saída da aeronave seja autorizada. Há um momento em que o chefe de serviço da aeronave anuncia “ desembarque autorizado”, então não todos, mas um certo número de pessoas se deslocam rapidamente ao corredor invadindo-o e impossibilitando aos demais acesso a saída. Então passam em torno de cinco minutos em pé, esperando que a abertura da porta aconteça, nesse momento creio que pode estar ocorrendo  o deslocamento e encaixe do túnel que liga o avião ao aeroporto. Grande parte dos apressados, que atropelaram e invadiram o corredor são condenados a esperar sua mala na esteira indicada pela companhia aérea, e daí por fim podem ir embora.

Nesse simples exemplo começo a minha reflexão, tudo bem, há pessoas com apenas malas de mão e a essas lhes damos justificativas para o atropelo e os cinco minutos em pé, mas não é o caso da maioria. Imagino que são conduzidas por uma ansiedade completamente irracional e não percebem o óbvio, o processo só acaba, quando sua mala está disponível na esteira e esta é uma variável que nenhum passageiro tem controle sobre ela. Então, claro que há pessoas que se não comportam dessa maneira, porque não esperar tranquilamente na poltrona? Lendo um livro, organizando seu dia, telefonando tranquilamente para os parentes, fazendo selfies com títulos “ cheguei”. E por aí vai. A mala na esteira de um avião está a todo momento em nossas vidas, no fechamento de um grande negócio, em um prazo que cobramos de um subordinado da nossa empresa, quando planejamos nossa ida ao trabalho. E nesses prazos, nesse mar de ansiedades, há pessoas que passam momentos de angustia, de impotência... sendo que a mala só chegará na esteira, no momento em que ela tiver de chegar, há variáveis na vida que não controlamos... isso é inevitável. Devemos identifica-las, para poder viver melhor, e nesses momentos poderemos estar sentados na poltrona, curtindo, escutando uma boa música, lendo um bom livro. Pois tempo bem vivido é o maior patrimônio que podemos construir na vida. 

2 comentários:

  1. “Pois tempo bem vivido é o maior patrimônio que podemos construir na vida.”
    Sinto a necessidade de refletir essa frase todos os dias da minha vida antes mesmo de ter lido. Tentando guiar-me pelo silêncio das emoções trazidas pelos meus atos. Parabéns!

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  2. Feliz 2015 a ti com as alegrias de uma vida em sua plenitude! Perdoe não vir aqui como antes o fazia. Estou retraída de comentar nos blogs amigos, mas, perdoe-me. Farei o possível pra me renovar! Um ano novo repleto de bênçãos, paz, amor e sabedoria para ti com tua família! Abraços!

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