quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Conto: Presente de cinco anos





 Até que enfim hoje estou fazendo cinco anos. Já tinha um tempão que eu estava querendo entrar no meu mar com meu pai para aprender a pegar peixes, mas a minha mamãe sempre dizia:
- Só quando estiver maior, p...
or enquanto só pode ver da beira.
E da beira do mar sempre vi meu papai entrar para pescar, até que a vela da jangada se tornasse bem pequenininha e ele desaparecesse naquela imensidão. Sempre sonhei com dia de entrar no mar junto com ele e esse momento foi hoje. Acordamos cedinho e como de costume a mamãe fez tapioca com queijo e ovo, sempre lembrando a meu pai:
- Você tome cuidado com meu filho, tô te avisando viu.
E meu papai respondia dando risada:
- Fica tranquila mulhé. Tá fazendo cinco anos hoje, já é um homem.
Até que a grande hora chegou, papai com todo cuidado do mundo colocou um colete salva vidas em mim, já saí com ele vestido de casa. Quando chegamos na beira da praia vislumbrei aquela jangada linda e grande bem de pertinho. O vento soprava muito forte e o mar não estava calmo, mesmo assim meu papai nem se abalou. O barulho do vento batendo sobre a vela era muito alto, a vela é gigante. Com muita força e colocando uns roletes embaixo da jangada ele começou a empurrar ela em direção ao mar. E me disse:
- Essa parte é dura, tem que ter muita força.
Eu muito impressionado fiquei com a força dele, é daí que veem os peixes gostosos que a mamãe prepara. Quando chegou na beira, ele me indicou que sentasse e me disse:
- Tudo que você tem que fazer é ficar sentado, não ter medo e segurar bem aqui. Segura forte o resto é comigo. Então ele mexeu nas velas e a jangada começou a ganhar o mar. Umas ondas brancas vinham bem fortes e quando nos chocávamos com ela parecíamos que íamos voar. Meu papai olhava para mim e eu sentia confiança, só assim o medo passava. E ondas após onda o mar se tranquilizou e ele me disse:
- Aqui é onde há mais perigo, pois as correntes são muito fortes.
A terra foi ficando cada vez menor e o mundo foi se tornando cada vez mais azul, só o papai manejava a jangada. Ele ia me ensinando a pescar:
- Nesses vento de agosto devemos seguir aquelas corrente ali, é pra lá que os peixe vão.
Eu olhava pouco entendia mas achava o máximo.
- Há um morro que nunca perdemos de vista, é aquele ali, se um dia você perder tem de ir em direção a ele. Chegamos na corrente dos peixes.
Então ele pegou a rede e com muita força lançou sobre o mar. Veio um montão de peixes, de todos os tamanhos, ele lutando com os peixes os colocou todos em uma grande vaso.
- Já temos comida para uns quatro dias. Outro dia aprende mais. Vamos.
Quando chegamos em casa a minha mãe estava esperando. E papai disse:
- Já pode começar a brincar no mar, é bem corajoso.
Mamãe preparou um jantar bem gostoso e eu fui dormir com o melhor presente de aniversário que meu papai poderia ter dado.
 
Escrito por Daniel Vidigal

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